A experiência de ser singular

Todos os dias, desde o seu trigésimo terceiro aniversário, um envelope era colocado à sua porta. Sempre igual, sempre a horas diferentes, sempre quando não estava lá para observar o acto. Tinha trinta e sete anos e não descubrira ainda a autoria. Tudo o que era regular e parte da rotina era também pacífico, porque era rotina também para todos os que conhecia: como a chegada da luz do dia, a hora de comer e a hora de dormir. Os envelopes só para si eram rotina.