Sombra

Uma sombra sobrevivia todos os dias ao apagar das luzes da biblioteca, escondendo-se no espaço vazio de uma mesa de leitura. Quando o último funcionário saía, e se encontrava só, escrevia e pintava poemas obscuros sobre as páginas dos livros. Fazia o que só as crianças eram capaz de fazer: encontrar em tudo uma possibilidade de contacto desconhecendo que a isso se chamaria transgressão.