Procurasse

Emily, deu conta que o seu corpo se oferecia à leitura, pela primeira vez, quando, folheando um livro da Bronte, sujou os dedos e as unhas de tinta, desgastado as páginas de tanto as acarinhar. Mais tarde, experimentou a leitura dos seus próprios livros diante de um largo espelho - aspirava as letras, sugava-lhes o sentido, despejava o ar, fazendo caras feiíssimas para corresponder à orquestrada pontuação. Da próxima tentativa teria que conseguir escapar-se para dentro da leitura e ser ela mesma mais que uma leitora - mas uma leitura que outro corpo procurasse fazer parte.