Partes e o todo

Um dia apaixonei-me por um nariz. Uma coisa sôfrega a minha pois mais nada me preenchia. A dona de semelhante beleza era uma assistente da loja de roupa interior perto do meu escritório. A quantidade de roupa interior que escolhi, experimentei e que comprei é demais embaraçosa para dizer a seja lá quem for. Infelizmente um nariz não é a coisa mais fácil de comprar ou roubar ao seu dono, também, não se rouba assim um nariz. Tinha medo de não conseguir jamais ver nada de belo para além dele. Foi então que me ocorreu ir ao psicólogo porque isto estava a passar dos limites do que é estipulado socialmente por um estado saudável. Não resolveu nada pois continuava a dar comigo escondida dentro do carro à espera que a dona do nariz viesse abrir a loja e à noite esperava-a sair e fechar a loja também. não sei como me conseguia enganar tanto.
Sem esperanças declarei-lhe um dia a minha fascinação. Ela declara-me o seu fascínio por ser seguida. Nuna mais nos voltamos a falar.