Paraíso pedra

Descidas as escadas ao fim do tunel que atravessa a montanha o viajante sente-se descer a um paraíso verde escondido do mundo. Nada mais do que aparência. A natureza criou este vale muito pequeno entre três montanhas altas e íngremes. Aqui chegaram alguns engenheiros interessados no estudo dos minerais que ao descubrir este vale logo lhe construiram um acesso. A camuflagem da vegetação é fundamental para aí desenvolverem um projecto deveras voluptuoso. De vez em quando aparece um viajante. Turistas nenhuns, não se atreveriam pois a zona envolvente é deserta e desprovida de actividades e encantos.
Os viajantes são bem vindos mas infelizmente não chegam a sair. O corpo suado e a mente atenta aos degraus da descida é sentida por um morador muito controverso deste local. Mito local, aclamado semi-deus em tempos ídos, o Mororo é uma pedra que se alimenta de suor e cujo desenvolvimento se manifestas de várias formas dependendo do sentimento do individuo que se aproxima. Mororo é o deus disforme mas imóvel da antiguidade que aniquilava os caçadores excitados pela caça. Para os engenheiros que estudam esta pedra, da felicidade que sentem têm colhido esta vegetação que cresce, se alimenta da pedra e esconde os seus propósitos mas os viajantes, temerosos, cautelosos, são mortos e absorvidos. Destes a pedra retribui com ouro e pedras preciosas de tamanhos inimagináveis.