Inadaptação

O grande prémio saíu esta semana a uma estudante do quinto ano de arquitectura. Era a primeira vez que jogava e nunca tinha considerar ganhar e por isso não sabia o que fazer com o prémio. Aconselhada pelos pais e outros familiares investiu o dinheiro na elaboração da sua primeira obra com profíssional de arquitectura. O edifício tomava forma mas mantinha-se sem função. Os pais falaram-lhe de uma casa para a família, uma loja ou estúdio com uma função ocupacional, de um museu como doação à cidade, etc. A rapariga continuava a planear formas. Iniciou-se a construção do edifício. Tornou-se uma construção enorme na periferia da cidade e, quando terminado, foi coberto por árvores frondosas. Um edifício completamente inútil. A rapariga, agora uma senhora solitária, (a construção demorou anos e levava-lhe a energia toda) olhava o edifício e área circundante. Tinha construido ao lado uma tenda, como que uma habitação temporária e que era a sua casa. Pensou então em dar uma função, finalmente, ao edifício como a adaptação para ser usado como a sua habitação. Tinha terminado o dinheiro.