Pulso

Um homem sobe uma ponte e pretende descê-la rapidamente para não pensar mais no assunto. Mas ocorre-lhe percorre-la durante algum tempo, pois não quer parecer impaciente. Enquanto caminha na plataforma pensa no farol que avista ao longe, que até o visitaria senão tivesse já marcado para aquele dia a descida. É um homem rigoroso, sem dúvida. Olha para o relógio de pulso que tem a corda partida - “não era suposto! agora não era altura”. Ficou ali, literalmente sem horas para antecipara, para adiar, para medir, para usar, enfim, congelou-se naquele momento com o espírito totalmente atordoado.

Quando tocaram então os sinos ele saltou, no vazio com os braços abertos.