De: sem volta

Entrei em contacto com a outra que era a nova namorada de um caso em que perdi. Liguei-lhe sem saber bem porquê. Nas primeiras palavras reconheci uma voz muito familiar: vens almoçar, perguntou-me. O meu número constaria já na sua lista telefonica? Porque razão esperava já a minha chamada e com tanta simpatia e intimidade? Respondi-lhe que não. No entanto estava pouco convencida da resposta e muito incapaz de me decidir a perguntar quem ela era. Pensei ouvir a voz do meu filho, ainda bebé do outro lado do telefone. A criança estava à minha frente e dormia, impossivel portanto. Olhei para o número dela escrito no meu telemóvel, o mesmo para onde ligara e que tinha sido apontado a correr com medo de ser apanhada a mexer no que não me pertencia. Era o meu número antigo e esquecido faz dois anos.
O caso perdido: acabamos há uma semana porque eu estava diferente. Ele foi para casa dela. Um romance que tinha começado misteriosamente, assim de repente e sem avisos nem suspeitas.