Macaco e Serpente

Um dia um macaco de um Museu de História Natural mexeu-se do seu galho, retirou a palha em excesso que lhe enchia a boca, respirou fundo, partiu o vidro e pôs-se aos gritos. Do outro extremo apenas a serpente lhe respondeu.
- “Também sentiste calor? Está abafado, não está? Eu quero voltar a ser hipnotizada no centro mercado por um tolo que não saiba fingir...ó, levas-me onde fores?”
- “Não foi só o calor, esqueci-me do chapéu na montanha onde fui capturado...”
- “Mas tu és sagrado tal como eu. Onde fores leva-me...reinaremos o Universo”
- “Levo-te, mas tu mordes-me...”
- “Juro-te que não...”
“Mas eu não te conheço já? Não foste tu que me puseste aqui com uma mordedura?” – reflectia o macaco.

E assim o Universo continuo a ser governado sem deuses.