os riscos da natureza

Jamais deixou o vulcão constantemente a ameaçar erupção. Nunca de lá saíu. A cada minuto corria perigo de morte. Mas sabia que a vida já em si era um risco. Sim, literalmente um risco, visto o artista era um ponto. Um dia, a artista que morava no vulcão, pensou demais no propósito de ser um ponto e resolveu fazer riscos em círculos (até então fazia riscos em direcções aleatórias). As primeiras tentativas foram inúteis. Muitos meses depois conseguia fazer circulos em volta da cratera. Muito em breve investigadores e ciêntistas de vulcões encontraram as marcas deixadas mas nunca a artista (porque ser um ponto é ser invisível). Também não procuravam ninguém. De tal forma estavam concentrados no que viam como um fenómeno único que não equacionavam a sua construção a outro senão à própria natureza das coisas. A artista morreu na invisibilidade da sua vida sempre à beira do abismo.