Habitar este sítio que é uma casa de folhas

Uma escritora, em frente de uma chávena de chá, num café situado numa cidade onde nunca esteve de um país que não entende a língua, pensa nos que possivelmente vão ler o seu próximo livro. Começou a chover repentinamente. Ela olhava, atravéz do vidro, as pessoas que passavam abrigadas como podiam.
- Um livro é uma casa de folhas: como uma árvore as prende nos seus ramos e o vento as leva em todas a direcções.
A empregada do café aproxima-se para limpar a mesa e a escritora pergunta o que tem para almoçar. Acaba por comer algo horroroso e extremamnete caro porque era a única coisa à vista, não se entendiam.
- Se as minhas folhas estiverem cobertas de informação para a qual não ofereço o código, será hostil a casa que constuo. Eu sou construtora desta coisa que será real, que será um objecto. Não construi um obecto, construí um mundo inteiro onde posso ter uma empregada poliglota. Terei eu inventado esta empregada que não me entende e desencadeado toda a situação, incluindo a chuva, para assim ter uma história imperfeita?
- La fora o vento soprou, era Outono e as folhas, de cores vermelho fogo, cobriam a rua.