A pesada continuidade do acto de escapar

Um pastor tinha um filho muito descontente com o seu futuro. O filho do pastor não queria guardar ovelhas. Foi para a cidade e tirou um curso superior. Por ser uma pessoa estranha; nada cosmopolita e até bizarra, em breve se tornou uma figura enigmática, respeitada. Oor ser um rapaz aplicado era venerado por alguns colegas.
Os sonhos estranhos começaram numa noite específica em que o filho sonhou com o verde dos campos e com as ovelhas e pareceu-lhe tudo aquilo se passava num lugar muito distante e ao mesmo tempo tão perto sentia o som da brisa na relva e o seu cheiro. Depois deste sonho, noutra noite, sonhou com combinações entre impossiveis e entre opostos. Todas elas faziam sentido mas nenhuma podia ser explicada de forma racional. Passaram então estes sonhos a ser mais regulares e cada vez mais estranhos. Ás vezes encontrava pessoas que nunca vira e com quem conversava, sentado numa pedra, enquanto olhava as ovelhas. Parecia que, fugindo dos campos, estava agora a voltar a eles. No último sonho, e a razão pela qual resolveu ser pescador, sonhou com o pai.