Social Convencional

Com regularidade encontram-se casos de homens que irregularmente se masturbam quando as rapariguinhas passam pela manhã nos jardins da cidade a caminho da escola.
São oito da manhã e M que tem dezasseis anos redondinhos mas rijos vai a caminho de mais uma Terça-feira escolar. O habitual. Ao longe um vulto mexe-se e M já sabe que vai ter mais um encontro com um masturbador matutino e crónico. Respira fundo, este não será diferente dos demais que encontra nos outros dias da semana e nos outros dias do mês. Aproxima-se e M caminha em frente. Abre o casaco só na parte de baixo, as calças já estão abertas, a mão que passou por um bolso cumplicemente rasgado agita-se vigorosamente. M e o masturbador encontram-se frente a frente. Ele entra em convulsão como que possuído. M Despe-se e masturba-se também. São estes os momentos realmente raros mas que acontem a quem se encontra em certas situações. Dado o espanto e o bizarro pelo facto de a presente rapariga não fugir ou no mínimo ignorar, o masturbador, demasiado chocado ou extasiado, tem um ataque cardíaco e apaga-se no chão em extase ou agonia (difícil de perceber a diferença).
A notícia chega aos jornais em letras bold - XXXL, os leitores ajuizam que os gostos e o exibicionismo da muito jovem M são desrespeitosos para com cidadãos mais velhos e para com o estatuto social e familiar do defunto. Mais tarde, em tribunal, é condenada por homicídio, atentado ao pudor e subversão dos valores morais e sociais da corrente época.