Cegueira

Um cego tinha o costume passear à noite nas ruas do centro da cidade com a ajuda do seu cão. O fiel amigo aproveitava para urinar e comer os restos depositados nos contentores do lixo, nas traseiras dos restaurantes. Certo dia, na companhia de outro cão rafeiro, o cão do cego apanhou uma doença que lhe modificou o seu comportamento. Subitamente tornou-se agressivo e num momento de maior instabilidade agrediu o cego com um arranhão que lhe atravessou os olhos. O cego recuperou a visão, mas a intensidade da luz cegou-o de novo. Furioso com o acidente furou os olhos ao cão com tal violência que não o cegou, mas matou naquele mesmo instante.