Encontro

Esperava porque sabia que viriam. Esperava. Olhava o céu todas as noites e esperava. Cada vez mais calmamente e sempre pronto. Despedia-se de todos todos os dias como se fosse a última despedida. Vivia intensamente pensando que saboreava cada momento como se fosse irrepetível, cada lugar sem futuro.
Uma tarde torrida, há dois anos atrás, num café de uma avenida barulhenta e puluída do Cairo, aconteceu partihar a mesa com um velho de pele muito enrugada e escura que aparentava uma tranquilidade para além do humano. Trocaram palavras sem entenderes o código do outro. Aparentemente a conversa era agradável pois ambos sorriam. Com as vozes como som de fundo, comunicavam telepáticamente, sobre crenças antigas e povos distantes que habitavam cavernas no centro da terra e em outros planetas. O velho, um poderoso e sábio guardião da história dos mundos, tinha encontrado um depositário para a sua sabedoria. E assim, telepáticamente a depositava em alguém que a guardasse e que esperasse a chegada dos que ligariam histórias de outros mundos e para, através da energia gerada pelo conjunto, telepáticamente, partilharem esta sabediria com toda a gente que habita a Terra. Há relatos de encontros semelhantes acontecidos no nosso planeta em tempos ídos, antes das pinturas nas cavernas.