Duelo

Um duelo de senhores requer concentração no disparo.
A assistência está atenta e os padrinhos aguardam o desfecho.
Há senhoras com sombrinhas.
Eu levei o meu sobrinho de propósito para ver um homem morrer.
À hora marcada para sete passos para três e dois para a frente (como é costume nesta aldeia) chega um mensageiro que traz uma carta e um canivete e entrega-os ao homem X.
Este lê a carta e tenta matar-se com um golpe no pescoço.
Enquanto acudimos o homem X para que volte ao seu posto, surge outro mensageiro com uma carta e um canivete.
Entrega-os ao homem Y. Este mal lê a carta tenta corta os pulsos.
óoooo!
Enquanto a tarde de sol chegava ao seu fim, os dois mensageiros conversavam e discutiam que tipo de regras deviam impor para não interromperem outro duelo; os padrinhos entretanto tinham desertado com enjoos por causa da cena e as senhoras conversavam e procuravam saber qual a razão para tanto aparato – estaria uma senhora envolvida, certamente que sim!

Bom, eu não tive escolha, como já não acreditava que aquilo fosse melhorar, levei o miúdo ao Zoo mais próximo para que visse, pelo menos, um pedaço de carne na boca de um leão. “Querido sobrinho, não acredite nos humanos, fazem tudo mal!”