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São raras as histórias em que o personagem que é tambem o narrador é o fantasma. Não sei porquê mas os fanasmas podem até ser os personagens principais mas as suas histórias são contadas de forma passiva, na sua maioria por humanos.
Pois era uma vez um homem que morreu e deixou ficar a sua viúva muito nova e com um filho para criar. Morreu na altura errada porque a sua morte foi desejada por si mesmo. Queria com uma tal vontade resolver a grande questão da vida que se colocou rapidamente no confronto directo com a morte. Falo na terceira pessoa, porque me assim é mais fácil assumir a minha situação.
Pois então queria este homem resolver-se, passar à frente todas as etapas do processo de aprendizagem e chegar à meta. A passagem estava fechada, não era a minha altura e aí estou, num lugar sem corpo, entre morte e vida, comunicando por energias e formas imateriais com as pessoas a quem quero bem.