À procura do Verão

A caixa do tesouro continha dois manuscritos. Um com instruções reais e um outro com um instruções ficcionadas, ambos apontam para um mesmo e suposto lugar de delícias, jóias, ouro e especiarias. A caixa, em cima de uma mesa de trabalho, pertencia a uma pretenciosa escritora que pouco mais escrevia do que textos pequenos e ainda por cima anónimos.
Certo dia um ladrão assalta a casa, aproxima-se do computador mas distrai-se a olhar a caixa que é velha. Realmente esta tem desenhos de uma ilha com palmeiras, do oceano e de um tesouro. Abre a caixa e encontra os dois manuscritos. Sem saber qual escolher resolve planificar uma estratégia paar conseguir resolver ambos os enigmas ao mesmo tempo, concluindo que, seja qual for o percurso, o resulta será sempre o paraíso. Assim deixa para trás o computador (que valia umas massas valentes) mais outras coisas também de valor e sai da casa que não lhe pertence. Ambos os caminhos se encontram aqui e ali e as tarefas a efectar variam por vezes ligeiramente. Colmata esta diferença entregando-se a várias soluções sem suposto compromisso a longo prazo, numa terceira variável. Quando vai perto do fim descobre que está no princípio. Volta a tentar, sempre com variáveis que julga não afectarem o resultado. Ao fim de um longo tempo desiste, volta ao princípio. Escolhe um dos manuscritos e sabe desta vez que não voltará ao princípio mas que as possibilidades de encontrar o seu paraíso são ainda mais diminutas mas reais. Segue em frente com coragem. Não voltou a ser visto.