A Felicidade Não Conta

A boca de Márcia escondia segredos, “Sshhhh!”, era o que diziam todos que a viam chegar de manhã à cidade vinda da praia. Chegava molhada, pés com areia descalços, suja e ainda embriagada, com andar recto sem responder a nenhuma provocação: “...deve ser sereia!!, “...deve ser bruxa!”, “...deve ser peixe...”, “deve ser má-vida...”, ...

Márcia era o fato-identidade que todas as mulheres da cidade usavam para fugir durante a noite à cama dos maridos. Márcia era cada uma à vez, na hora de se esticarem na areia com um homem escolhido. Mas ninguém suspeitava porque todos escondiam o mesmo segredo.