Pedido de Casamento

Há três anos atrás passávamos, eu e o meu marido, férias num parque de campismo no sul de Espanha, parte litoral, com mais dois amigos – um casal, o Uli e a Clara. Eu e a Clara fomos lavar a loiça a um tanque dividido em secções propositadamente para que durante a lavagem não se confundisse as peças de louça. Mal acabo de lavar o último prato paro para olhar para as minhas mãos. Ultimamente sentia-as um pouco secas e até desidratadas. Dou conta que um dos dedos, o anelar da mão direita, está pálido. Friccionei-o enquanto conversava. De início não lhe dei muita importância, mas depois deixei de o sentir. Parecia que o dedo se tinha desligado da mão – não tinha pinga de sangue. Pedi a quem estava perto para me ajudar a entender o que se estava a passar. Procurei por um médico, uma enfermeira ou especialista qualquer, e acabei com um voluntário a beliscar-me a pele que chegou mesmo a pegar num pedaço de vidro para fazer brotar uma gota ou duas de vitalidade. Mas o dedo estava MORTO, sem qualquer dúvida. E acabou por cair no dia seguinte, sem qualquer explicação.