Branco

A vontade de se inscrever na vida era verdadeira e forte e por isso consumia todo o espaço de qualquer texto por si escrito. Os espaços entre letra, entre palavras, entre linhas, entre páginas, e por aí fora.
Mesmo que em termos absolutos já não existissem espaços em branco, ela encontrava sempre mais um bocadinho com o que se ocupar. E se ainda assim apanhava um bocadinho mais de branco, visto à lupa, agarrava uma pena de escrever no arroz e escrevia.