Entre opostos

O eco dos passos e as cedas bem como outros tecidos dos vestidos componhem a música de fundo. As pessoas falam num tom íntimo, de passagem. Estamos no corredor que serve de passagem entre o hall de entrada, onde se deixam os casacos e se colocam as máscaras que velarão pela idêntidade dos individuos, e os salões onde os rituais decorrerão. O corredor é a ligação entre o lá fora e o primeiro salão e o único espaço seguro desta noite. Em breve será fechado o seu acesso. Por enquanto os convidados entam de um lado, juntos, e conversam ainda. Quando chegam ao lado oposto, entreda do primeiro salão, vão sozinhas, silenciosas. Por isso é um lugar seguro, porque é previsivel. Ninguém controla os opostos, do racional colectivo, do irracional colectivo.