Enquadramento e luz

À minha frente um quadro de Monet está resplandecente. Emite a luz de dez candeeiros de rua. Já o próprio Monet ao meu lado está fosco e cansado. As palavras dele irritam-me severamente. Afio uma faca para passar o tempo. Antes de sairmos para um passeio digo-lhe: - “não há razão nenhuma para não sermos amigos e ainda assim não somos”. Está cego mas não tenho pena dele. A luz que produz não sente, então ele pensa - “para quê sentir?”