Bruxa

Num campo de férias um grupo de pessoas de todas as idades jogava um jogo tremendamente excitante – uma espécie de “quente e frio”. Uma monitora tocava no piano notas ora graves ora agudas, consoante os participantes se aproximassem ou se afastassem do esconderijo do tesouro secreto. Passadas algumas sessões descobriu-se que quem encontrava o tesouro era sempre a mesma pessoa, a idosa Senhora Chanpu. Desfeita em risinhos e lágrimas de emoção mostrava-se ainda em forma para receber os abraços ternurentos e piedosos dos seus companheiros. Uma criança mal-educada teve o atrevimento de lhe perguntar porque acertava sempre no sitio do esconderijo e ensinou se por acaso a Senhora não seria uma bruxa... A criança estava claramente incomodada por ter perdido aquele tesouro cheio de bombons de licor e queria que se fizesse justiça à sua maneira.

A Senhora Chanpu atrapalhou-se um pouco a acabou por afirmar que era francamente incapaz de distinguir uma nota grave de uma aguda, mas conservava uma visão de água e podia muito bem ver quando a monitora sorria e revelava o canino brilhante não deixando espaço para dúvida, mal o canino aparecia o tesouro estava próximo.